sexta-feira, 2 de julho de 2010

Verde e Amarelo

A Holanda me fez amar o Brasil. Ou fez apenas com que eu reconhecesse esse amor. Não adianta evitar, sou apaixonada por futebol e fanática por Copa do Mundo, essa é a verdade. E na hora do medo eu vejo o quanto me importo com a Seleção. Por mais que nós, gaúchos, sejamos naturalmente um pouco indiferentes ao Brasil, não tenho como não me abalar. E sendo bem bairrista, como também é de nossa natureza, só queria que a Seleção do primeiro tempo fosse o Inter, pra matar o jogo nos primeiros 20 minutos, com goleada de quem tem vantagem; e queria que a Seleção do segundo tempo fosse o Grêmio, pra fazer o impossível aos 45 minutos finais. Mas não deu! Eles não tiveram paixão nem raça. Posso estar equivocada, mas não vi amor na vantagem nem no desespero.

As ruas ainda estavam vazias quando saí de casa e a lentidão do ônibus parecia ser um cortejo fúnebre. Sou capaz de arriscar que nenhuma notícia me deixaria feliz naquele momento. Precisava destes momentos de tristeza e decepção. Não, o Brasil não precisa ganhar sempre, mas dessa vez precisava. Era um desejo dos torcedores, dos estudantes e profissionais de comunicação, das mídias esmagadas pela Globo e de todas as pessoas que conseguiram enxergar o que acontece com quem coloca esta emissora no seu devido lugar.

Mais do que a Seleção, o Dunga precisava ter ganho essa Copa. Ele merecia ter finalizado seu excelente trabalho como técnico com este título, com a taça erguida pelas mãos do competente e esforçado Lúcio.
Não ganhamos, não há o que fazer quanto à Copa. O que pode ser mantido, é o alerta sobre a manipulação e domínio da Rede Globo, sua atitude ofensiva de não aceitar ser apenas o que é: um veículo de imprensa como todos os outros. De repente, em 2014, conseguimos ser melhores no futebol, mas espero que o principal seja mantido, o profissionalismo e a seriedade de Dunga é um exemplo a ser seguido.

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