sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Presente


 
Eu não espiei em baixo daquele vestido sem saber o que estava fazendo. Eu não disse que era uma menina por palpite. O que acontecia, é que eu estava ansiosa por aquela chegada. Eu não lembro como as outras lembranças, eu lembro dos detalhes desse nascimento com uma felicidade difícil de explicar para os meus 4/5 anos. Eu sabia extamente quem estava vindo. Eu pensei no dia 11 de junho de 1991 pela primeira vez: esse é o meu melhor presente de aniversário. E tem sido por 19 anos até então.
 
 
Não há como não estremecer, chorar e amar falando disso. Ela veio com o nome que eu queria ter e que eu tinha dado para a minha boneca preferida. Até que ela veio ser a minha preferida. Deve ter sido uma criança mimada e enjoada. Deve ter sido uma adolescente brigona e revoltada. Eu não vi nada disso. Sempre estive com os olhos embargados pelo amor que sentia. Eu carregava no colo uma criança frágil e dava colo para uma mulher sensível. Eu queria poder ser pra ela tudo o que um dia quem me antecedeu foi pra mim. Eu não sei até que ponto consegui ser útil na história dela, não sei se muitas vezes não pequei pelo próprio sentimento.
 
 
 Muitas vezes me culpei, por achar que esse meu jeito muito cego de gostar me deixou negligente em certos momentos importantes, em que eu deveria ter sido mais exigente talvez. Eu tive uma irmã mais velha, mas acho que falhei um pouco em cumprir este papel. Eu preferi a melhor amiga. Eu achei que poderia ser mais forte, achei que poderia ensinar muitas coisas boas, mas me choquei com alguém muito diferente de mim no jeito de ser e muito igual no modo de sentir. Eu não estava preparada para ser responsável por alguém que eu amo tanto. Eu queria ser especial, mas me emocionei quando vi ela me citar as coisas que eu escrevia; eu queria ser modelo, mas não resisti quando ela cumpriu (mesmo que inconscientemente) a promessa de usar um vestido igual ao meu na festa de 15 anos. Eu nunca estive preparada. Eu ainda não estou, se estivesse, não teria tantas lágrimas insistindo em me atrapalhar a visão agora.
 
 
  Nós compartilhamos a mesma família, várias histórias, alguns amigos, uma certa quantia de planejamentos fracassados de festas e quase todos os bolos de aniversário. Eu não sei quantas vezes eu já me senti mãe-amiga-irmã-cúmplice dela, entre tantas outras sensações. Eu não quero e nem espero nada, absolutamente nada em troca do que eu sinto. A simples existência já me basta, há exatos 19 anos.
 
 
 
Eu acredito que só ofertamos o que fazemos para quem amamos. E isso é o que eu faço de melhor: escrever. Deinha, espero que aceites estas palavras como uma tentativa de expressar o que sinto por ti. Só tentativa, porque reduzir a palavras seria de fato impossível. Uma vez eu estava na praia e a Larissa saiu quando eu ainda estava dormindo. Ela veio me dar um beijo bem devagar pra eu não acordar. Mas eu vi, só que fingi continuar dormindo. Porque sei que não era pra me agradar ou me mostrar nada, era pelo simples fato de me amar. Nesse dia eu percebi como conseguimos sentir quando alguém gosta de nós. E fiquei mais tranquila com relação a ti, imaginando que também devias perceber o que eu sinto. Afinal, nós duas somos meio difíceis para demonstrações de afeto, acho que por sermos sensíveis demais. Mas este relato aqui, não é só para dizer que eu te amo, é para dizer ao mundo que eu te amo! E que tu é, e sempre vai ser, meu melhor presente de aniversário! Minha gêmea! TE AMO!!!
 
 

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom, bom, bom... Não sei o que dizer, fiquei totalmente sem palavras, aqui no serviço o teelefone deu uma trégua para mim podr ler.. só sei dizer que ficou PERFEITO.. TE AMO TMBM..
ANDREA

Jeferson Cardoso disse...

Linda sua homenagem, sua irmã e seus familiares devem ter ido às lágrimas.
Jefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com