terça-feira, 16 de novembro de 2010

Da agenda em 18 de setembro deste ano

Eu não parei de escrever, só estava com preguiça e pouco tempo para entrar no blog e postar. Não sei bem porque vou colocar este que estava perdido na agenda no dia citado. É meio particular demais, excessivamente autobiográfico para ir aqui, mas vai.


Não basta me olhar antes de sair de casa, preciso me olhar na volta. O olhar da saída é superficial; o da volta é analítico. Na volta, não olho o que os outros vão ver mas o que eu quero ver.
O retorno de uma noite na rua faz com que o espelho mostre uma imagem mais honesta de mim: sem salto, com cabelo bagunçado, roupa amassada, maquiagem borrada. E o grande desafio é que a imagem da volta me agrade, que eu goste de mim ali, sem máscara.
Na vida, eu já saí da festa, já não me vejo mais arrumada para os outros. Eu aprendi o caminho de volta para casa e contemplo por mais tempo o espelho quando chego do que quando saio. Faço meu retrato, analiso os detalhes, relembro momentos; preciso saber o que trouxe comigo desta noite.
Foi muito tempo até ter coragem de me olhar. Aprendi isso graças ao encanto que mantenho pela dramaticidade das lágrimas fazendo escorrer o rímel preto. Não tenho mais porque chorar. Ficou o hábito da observação e a cumplicidade que tenho com quem o espelho me mostra.




Trilha sonora 1:




Trilha sonora 2:

Um comentário:

Unknown disse...

"Tenho aqui comigo uma cara de louco...rouco grito com as paredes"... Meu hino!