terça-feira, 24 de junho de 2008

Quando eu tiver...

Pois vejam só!

Ontem à noite, deitada na minha cama, olhando as estrelas do teto do meu quarto, fiz algo que muito fazia e, agora, pouco faço: pensei na vida! Não foram longas horas de pensamento como antes me era permitido(pela idade, pelas atividades cotidianas, pelos compromissos...), mas me fez lembrar o quão satisfatório é me encontrar comigo.
Bem, pensando na vida, lembrei de coisas que eu ia fazer quando... Estranho? Explico. Durante alguns anos, depois que aprendi a usar essa máquina de internet aqui, meu sonho era ter um computador. Antes de ganhar o que tenho, eu ia quase todos os dias em uma lan house próxima da minha casa. Lá, ficava um tempo no MSN, procurando com quem conversar; não passava, de modo algum, mais de três dias sem ver meu Orkut; os e-mails, confesso, não eram todos lidos, mas acessado sempre, no mínimo semanalmente. E pensava: "quando eu tiver computador e internet em casa, vou mudar minha foto no MSN todos os dias, vou estar sempre no Orkut, vou ler todos os meus e-mails, vou ter um blog e escrever nele todos os dias!" Pensava...
Nesse final de semana, entrei na internet para fazer um trabalho, e vi meu Orkut ainda com todos os recados de Feliz Aniversário, Lu! Como minha disposição não era suficiente para apagá-los ou respondê-los, resolvi só rever meu perfil, coisa que não fazia há meses(e nos tempos de lan house fazia toda semana). Então vi o link do meu blog como página inexistente. Aquilo me abalou! Primeiro porque achei que tinha perdido o texto que tinha aqui e em nenhum outro lugar, depois porque me deparei com o conflito de que eu queria tanto ter, queria tanto poder, e quando consegui, abandonei.
Sobre isso que pensava olhando as estrelas do meu quarto. Quantos sonhos, por menores que sejam, eu abandonei pelo caminho, sem nem perceber. Deixei de escrever, de ouvir música, de ouvir rádio de madrugada, de passear na Redenção aos domingos... Nem sei bem por quê! Não foi mudança, porque sinto falta. Mas a vida foi tomando outros rumos, que segui, mas sem ter bem certeza de que me faz feliz. Assim, fico cada vez mais distante do sonho, do instante, do verdadeiramente satisfatório. Fico cada vez mais distante de mim.
Sem falsas promessas de que "apartir de hoje vou escrever mais aqui", me despeço, na esperança de me encontrar novamente em breve.


"O futuro é difícil de encontrar, é que tudo tem seu tempo. Do real para o real, bem quero saber" Alemão Ronaldo(de quem eu também tenho saudades...)