quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Revés

Estranho te ver aí
Tão distante(de)
e tão igual(a)
mim.

Como um espelho quebrado
que não fui capaz de juntar
Não corri o risco de ver o efeito do reflexo
dos meus olhos no teu olhar.

E posso afirmar que é assustadora - e também um pouquinho romântica - a idéia de ter certeza que a minha imaginação não mente tanto assim.
Posso ver nos espaços vazios que encontro entre as letras da tua brincadeira de palavras o sentido para o que eu sentia que existia. Ou que poderia existir.

Acho que erramos no tempo e na medida das coisas.
Acho que não soubemos lidar com algo que era muito maior do que imaginávamos.
E acho que até fazemos idéia de tudo que perdemos.
E tenho certeza que nossa covardia para arriscar é mais uma semelhança que faz com que tentemos ser, quando muito, amigos.

Mas resta um conselho pra nós dois:
os olhos traem.
Portanto fica definido que enquanto não se resolver essa confusão que acontece quando estamos por perto, ou seja, durante esta vida:
é melhor evitarmos os olhares.


Então, não me leve a mal por fingir não te ver algumas vezes.
Admito, sinto o que tu pensas e a semelhança é o motivo da fuga.

Com carinho,
...