quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Futebolístico...

Nós, gremistas, passamos por uma situação inusitada. Nunca foi tão estranho assistir a um jogo do tricolor. Ver o nosso time ali, naquela bela performace em solo carioca, no meio daquela imensidão rubro-negra, esmagando o adversário nos primeiros minutos de jogo. Sim, vamos todos ter que admitir que foi o que o Grêmio fez. Acostumados a ver nosso time dar adeus a boas classificações no campeonato pela insistência em perder fora de casa, ficamos todos chocados. Ainda mais naquela casa... Não venha nenhum gremista anti-colorado fanático me dizer que odiou ver o bom jogo do Grêmio: é mentira! Não tem gaúcho que veja seu time ganhando no Maracanã que não goste disso. Quando a rede do Flamengo balançou a primeira vez, temos que admitir aos nossos adversários colorados que o primeiro sentimento foi de orgulho, sim. Depois de algumas frações de segundos começamos a pensar na situação, na vitória que se moldava e a experimentar as mais estranhas sensações que um gremista poderia sentir. Seria tão melhor se entragássemos o título em outro lugar, numa situação menos pomposa. Ah, o que o Inter estava fazendo ali, atrapalhando o gosto da nossa eminente vitória no Maracanã? O que a torcida inimiga queria aclamando nosso time? Estava tudo errado, nada disso deveria ser assim... Por que este Grêmio guerreiro não fez esse jogo o ano inteiro, quando precisamos dele fora de casa? Por que o espetáculo agora, que pra nós não valia mais nada e pro Inter valia tudo?
Foram momentos de agonia. A vontade de ver o tricolor tirando a vitória do eixo Rio-São Paulo, e a falta de vontade de ver o Inter campeão. É verdade, eu nunca fui a favor de torcer contra, gosto é de torcer a favor do meu time, mas a lembrança de que o rival também já nos deixou na mão em momento precioso insistia em não desaparecer.
Não acho que o Grêmio tenha decidido qualquer resultado nessa final, mas foram 90 minutos de puro desespero no coração da torcida. E fiquei orgulhosa de ver meu time não se entregar. Sejam titulares ou reservas, não importa, é um time; é pela camiseta tricolor que choramos e comemoramos, que vamos a pé onde ela estiver. Se o Grêmio entragasse visivelmente este jogo, não seria o Grêmio, não seria o dono da raça tricolor gaúcha. E mesmo que o time tenha sido apenas coadjuvante atuando no palco principal, foi o responsável pelo dia mais emocionante do Campeonato Brasileiro 2009.