terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sutil

Jeitos diferentes que temos de ler a vida. Demorei para perceber a sutileza do detalhe.

Tua leitura metódica, para nas esquinas das frases, estaciona em toda palavra-obstáculo que julgas estranha. Precisas entendê-las individualmente para que tenham sentido para ti.
(Livros rabiscados)

Já eu corro os olhos pelo papel. Ignoro os limites dos significados, não me importam os rodapés e dicionários; leio com o coração, ele decide o que entender.
(Cadernos borrados)


Com um ar meio bobo, fiquei te imaginando a ler um soneto e desmembrá-lo todo à procura de sentido. Faria anotações sobre as palavras e perderia a essência.

...

Meu amor é poesia, meu bem. Não há de ser entendido - explicá-lo seria menti-lo. Se fosse simples, não seria sincero; ele é verdade: tudo que posso garantir.

Não me lês mais? Pois liberta as palavras presas a seus sentidos pequenos, sente os versos e deixa em música ele se transformar.