Tua leitura metódica, para nas esquinas das frases, estaciona em toda palavra-obstáculo que julgas estranha. Precisas entendê-las individualmente para que tenham sentido para ti.
(Livros rabiscados)
Já eu corro os olhos pelo papel. Ignoro os limites dos significados, não me importam os rodapés e dicionários; leio com o coração, ele decide o que entender.
(Cadernos borrados)
Com um ar meio bobo, fiquei te imaginando a ler um soneto e desmembrá-lo todo à procura de sentido. Faria anotações sobre as palavras e perderia a essência.
...
Meu amor é poesia, meu bem. Não há de ser entendido - explicá-lo seria menti-lo. Se fosse simples, não seria sincero; ele é verdade: tudo que posso garantir.
Não me lês mais? Pois liberta as palavras presas a seus sentidos pequenos, sente os versos e deixa em música ele se transformar.