quarta-feira, 12 de maio de 2010

Só para gremistas...

Eu lembro bem que o meu vizinho e melhor amigo na época, atravessou a rua com a bola na mão e camiseta azul, preta e branca, e me convidou pra jogar com ele. Eu sempre adorei as brincadeiras dos meninos! Mas ele me fez uma pergunta difícil: qual é o teu time?

Nossa, eu não sabia! Corri pra perguntar pro pai, que sabia de absolutamente tudo que eu precisava; afinal, onde já se viu uma pessoa de quase seis anos na cara não saber qual o seu time! Ele me respondeu com uma palavra só: Grêmio. Eu não questionei! Voltei correndo pra contar a novidade (fingindo não ser novidade, é claro) e começar a jogar com meu amigo que se considerava o Paulo Nunes, como se eu soubesse quem era esse.

Naquele dia comecei a me preocupar, porque queria continuar torcendo pelo Brasil quando jogasse. Mas consegui ir esclarecendo as minhas dúvidas e foi uma grande alegria quando o pai me disse que os dois nunca jogariam juntos...

Eu me fiz gremista numa fase de ouro do Tricolor. Era fácil chegar no colégio cantando vitória, lembro do Felipão nos dando várias alegrias. Digo que foi meu início da paixão pelo futebol em si.

Mas tem algo para se admitir, amor por um time não surge do nada, ele é desenvolvido. E temos uma peculiaridade no Grêmio. Gremista vê o amor concretizado na primeira derrota marcante do time. É perder que nos aflora o amor. É típico dos nossos opositores de vermelho ler isso e dizer: gremista gosta de perder! Mas não adianta dar explicações, porque só quem faz parte compreende o que se passa. Só quem veste a camisa tricolor consegue entender que estar “com o Grêmio onde o Grêmio estiver” é quase uma promessa no altar, daquelas onde se promete estar unidos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe. A grande diferença é que a convivência e os problemas que surgirem jamais irão diminuir ou apagar o nosso amor pelo Tricolor dos Pampas. Nosso 'pra sempre' existe, onde o Grêmio estiver...