segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Doce

Ele pode ir embora quantas vezes quiser
Sei que sempre irá voltar
Mesmo que eu não o sinta
Sei que está presente
Sempre estará

Desista,
Não é algo que se possa explicar
Não há quem consiga entender
Existe, isso basta

É uma presença, nada mais
Capaz de me fazer tremer
Às vezes rir
Quase sempre chorar

Mas ele não se afasta,
Não, nunca me deixará
Ele sempre volta e me arrebata
Me leva ao desespero
Para depois me libertar

Não há o que ser feito
Não consigo reclamar
Ele é meu pretexto
Para transgredir em tudo que pretendo controlar

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Paciência

A madrugada vem e eu fico aqui
jogando Paciência com a vida.
A próxima partida é sempre a última
Se eu perco, tento de novo
Se eu ganho, jogo apenas mais uma.
Não fico triste em perder,
pois assim recomeço sem culpa,
com o pretexto de fazer dar certo.

Estranho gostar de um jogo que tem o nome do que não tenho.

Ou talvez, esteja apenas descobrindo o que tenho sem saber.

Jogando, posso admitir:
gosto de paciência
e não consigo desistir.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vida Velha

E por que a vida seria velha, se toda manhã é nova?
E por que a manhã é nova, se a tua cara é sempre a mesma?
E como a tua cara pode  ser sempre a mesma, se como as manhãs passam-se os anos e enchem de rugas novas a tua mesma cara, cada vez mais velha?

O tempo é nosso amigo?

Viver é inevitável
Fazer valer é necessário
Ser feliz é consequência





Achei no blog da Gi Endres a expressão "vida velha" antes de escrever isso que você acabou de ler:
http://fantmundodegi.blogspot.com/2011/01/virada.html

Atrasados de 2010 parte 2 - Considerações de final de ano

E lá se foi mais um ano. Mais um ano que eu abandonei a agenda e quase tudo no final do ano.
Costumo gostar quando um novo ano vem, mas confesso que já dá saudade só de pensar no final deste.
2010 foi quase uma retrospectiva da minha vida toda. Parece que valeu por uns 5 anos! Um ano intenso, lotado, corrido. Como se fosse impossível parar. E realmente era.
Acredito mesmo que foi o ano das "causas impossíveis", que se não aconteceu, não acontece mais. Todas as coisas difíceis ou improváveis tinham 2010 para fazê-las acontecer. Não é todo dia 1º de janeiro que encontramos um ano desses.

Atrasados de 2010

O ano (2010) acabou e eu continuo com a agenda cheia e o blog vazio. Preguiça, confesso! Para quem eu confesso é que não sei...


Vamos deixar uns atrasados de 2010 por aqui, para quem se interessar.


29 de novembro
Sem título

A moça da Estação agradeceu sorrindo:
"Quase ninguém devolve guarda-chuva em dia de chuva."
Quase ninguém sou eu.

Já é o 3º trem que passa
E as pessoas estranham quem fica sentado no chão da parte escura da plataforma.
Quase ninguém faz isso.

Na época em que queria ser diferente podia ser interessante,
já não é.
Porque ser quase ninguém pode doer bastante.

Quase ninguém ama de verdade, quase ninguém não mente, quase ninguém coloca tanto peso no que sente.

Quase ninguém devolve guarda-chuva em dia de chuva.

Todo mundo acha bobo.
E (só) quase ninguém entende.








13 de Dezembro
Sem título

Parece que já não cabes na minha vida
Estranho pensar que já foste ela por inteiro
Não penso em prolongar-me por aqui
Tampouco penso em partir

O que preciso é ficar
Talvez não para te amar
Mas para acabar com qualquer pedaço de amor que ainda reste.