quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O "Q" da Questão

Quem disse que preciso terminar o que comecei?
Que não posso simplesmente abandonar pela metade se já não me traz mais prazer?
Quem falou que é preciso crescer?
Quem acreditou que isso é melhor do que se divertir como uma criança?
Quem inventou o não?
Por que talvez não é uma boa resposta?
Quem acha que é preciso largar os velhos hábitos?
Quem acredita que mudar é algo programado?
Pensar no que fazer, já não é agir naturalmente.
É bom ter sonhos,
É bom ter planos,
ruim é querer manipular a própria vontade.
Isso faz perder o sentido,
faz a emoção se tornar racional,
viver precisa ser diferente.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dúvidas

Preciso de um tempo pra pensar em desistir.
Ou será que quero desistir de pensar por um tempo?

Talvez fosse bom viajar sem rumo ouvindo a música certa.
Mas acho que vou ouvir a música que quero para definir o rumo da minha viagem.

Passei um tempo levando a sério o que eu sentia para ser diferente.
E agora faço diferente, porque acho que o que sinto não é sério.

O tempo está instável.
Isso afeta a vida de muita gente.
Então me permito ter minhas próprias tempestades.
Num copo d'água?
Sim, meu mundo é isso.

As perguntas movimentam o universo.
E a mim também vão movimentar.

Não sei se tenho certeza que estou em dúvida.
Ou se duvido que tenho certeza.

E assim que resolver esse dilema,
decido o mais antigo:
se devo me casar
ou continuar andando de bicicleta.

Da agenda em 18 de setembro deste ano

Eu não parei de escrever, só estava com preguiça e pouco tempo para entrar no blog e postar. Não sei bem porque vou colocar este que estava perdido na agenda no dia citado. É meio particular demais, excessivamente autobiográfico para ir aqui, mas vai.


Não basta me olhar antes de sair de casa, preciso me olhar na volta. O olhar da saída é superficial; o da volta é analítico. Na volta, não olho o que os outros vão ver mas o que eu quero ver.
O retorno de uma noite na rua faz com que o espelho mostre uma imagem mais honesta de mim: sem salto, com cabelo bagunçado, roupa amassada, maquiagem borrada. E o grande desafio é que a imagem da volta me agrade, que eu goste de mim ali, sem máscara.
Na vida, eu já saí da festa, já não me vejo mais arrumada para os outros. Eu aprendi o caminho de volta para casa e contemplo por mais tempo o espelho quando chego do que quando saio. Faço meu retrato, analiso os detalhes, relembro momentos; preciso saber o que trouxe comigo desta noite.
Foi muito tempo até ter coragem de me olhar. Aprendi isso graças ao encanto que mantenho pela dramaticidade das lágrimas fazendo escorrer o rímel preto. Não tenho mais porque chorar. Ficou o hábito da observação e a cumplicidade que tenho com quem o espelho me mostra.




Trilha sonora 1:




Trilha sonora 2: