quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Brincadeirinha bacana!

Esses dias minha amiga Lidi mandou via Facebook um joguinho legal. Em tempos de fazendinhas e afins nas redes sociais, usar o tempo pra esse tipo de brincadeira até que é bem proveitoso. Ou talvez só um saudosismo, porque lembra um pouco a época de questionários colegiais. Bem, pra quem não tem Facebook, aqui está!

E pra quem tem, está lá:  http://www.facebook.com/#!/note.php?note_id=166889190015341



Minha vida de acordo com Acústicos & Valvulados

por Luana Cruz, sábado, 11 de dezembro de 2010 às 14:15
Usando nomes de músicas apenas de um artista ou grupo, habilmente responder a essas perguntas. Passe para 25 pessoas que você gosta e me inclua. Você não pode usar a banda/artista que eu usei. Tente não repetir os títulos das canções. Responda como "minha vida de acordo com (nome da banda)"



Siga estas simples instruções: Vá em "notas" com abas em sua página de perfil, cole as instruções no corpo da nota, escreva o seu título como "Minha vida de acordo com (nome da banda/artista), apagar as minhas músicas e introduzir as suas respostas, tag 25 pessoas, incluindo eu (marcação é feita no canto direito da APP), em seguida, clique em Publicar._



Escolha o seu Artista: Acústicos & Valvulados

  1. Você é homem ou mulher: "Ela ganha nota 10"
  2.  Descreva-se: "Vulnerável/Inflamável"
  3.  Como você se sente: "Sem ter razão"
  4.  Descreva o local onde você vive atualmente:"Suspenso no Espaço"
  5.  Se você pudesse ir a qualquer lugar, onde você iria: "Noutro lugar"
  6.  Sua forma de transporte preferido:"Sol da estrada"
  7.  Seu melhor amigo: "Sai do sério"
  8.  Você e seu melhor amigo são: "A minha cura"
  9.  Qual é o clima: "Você pode tudo"
  10.  Hora do dia favorita: "Agora!"
  11.  Se sua vida fosse um programa de TV, do que seria chamado: "Ao vivo e a cores"
  12.  O que é vida para você: "Tudo que me faz feliz"
  13.  Você sorri quando: "Às vezes"
  14.  Você chora quando:"Quando o amor deixa de ser"
  15.  Seu relacionamento: "Fim de tarde com você"
  16.  Qual é o melhor conselho que você tem pra dar: "Para de chorar"
  17. Pensamento do Dia: "Eu já sei onde isso vai dar"
  18. Meu lema: "Hoje o mundo é meu"







Pensei Beatles, mas achei óbvio demais. Se é que Acústicos não é ainda mais óbvio no meu caso!



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O "Q" da Questão

Quem disse que preciso terminar o que comecei?
Que não posso simplesmente abandonar pela metade se já não me traz mais prazer?
Quem falou que é preciso crescer?
Quem acreditou que isso é melhor do que se divertir como uma criança?
Quem inventou o não?
Por que talvez não é uma boa resposta?
Quem acha que é preciso largar os velhos hábitos?
Quem acredita que mudar é algo programado?
Pensar no que fazer, já não é agir naturalmente.
É bom ter sonhos,
É bom ter planos,
ruim é querer manipular a própria vontade.
Isso faz perder o sentido,
faz a emoção se tornar racional,
viver precisa ser diferente.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dúvidas

Preciso de um tempo pra pensar em desistir.
Ou será que quero desistir de pensar por um tempo?

Talvez fosse bom viajar sem rumo ouvindo a música certa.
Mas acho que vou ouvir a música que quero para definir o rumo da minha viagem.

Passei um tempo levando a sério o que eu sentia para ser diferente.
E agora faço diferente, porque acho que o que sinto não é sério.

O tempo está instável.
Isso afeta a vida de muita gente.
Então me permito ter minhas próprias tempestades.
Num copo d'água?
Sim, meu mundo é isso.

As perguntas movimentam o universo.
E a mim também vão movimentar.

Não sei se tenho certeza que estou em dúvida.
Ou se duvido que tenho certeza.

E assim que resolver esse dilema,
decido o mais antigo:
se devo me casar
ou continuar andando de bicicleta.

Da agenda em 18 de setembro deste ano

Eu não parei de escrever, só estava com preguiça e pouco tempo para entrar no blog e postar. Não sei bem porque vou colocar este que estava perdido na agenda no dia citado. É meio particular demais, excessivamente autobiográfico para ir aqui, mas vai.


Não basta me olhar antes de sair de casa, preciso me olhar na volta. O olhar da saída é superficial; o da volta é analítico. Na volta, não olho o que os outros vão ver mas o que eu quero ver.
O retorno de uma noite na rua faz com que o espelho mostre uma imagem mais honesta de mim: sem salto, com cabelo bagunçado, roupa amassada, maquiagem borrada. E o grande desafio é que a imagem da volta me agrade, que eu goste de mim ali, sem máscara.
Na vida, eu já saí da festa, já não me vejo mais arrumada para os outros. Eu aprendi o caminho de volta para casa e contemplo por mais tempo o espelho quando chego do que quando saio. Faço meu retrato, analiso os detalhes, relembro momentos; preciso saber o que trouxe comigo desta noite.
Foi muito tempo até ter coragem de me olhar. Aprendi isso graças ao encanto que mantenho pela dramaticidade das lágrimas fazendo escorrer o rímel preto. Não tenho mais porque chorar. Ficou o hábito da observação e a cumplicidade que tenho com quem o espelho me mostra.




Trilha sonora 1:




Trilha sonora 2:

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Assim...


Não precisa falar
Prefiro ouvir teu silêncio
‘Palavras são erros’
Só confio no olhar

Deixa o mundo sem perceber
O que realmente interessa
Ninguém compreenderia
O que queremos sentir

É muito mais que o normal pode ser
É muito mais do que qualquer um consegue entender
Nosso mundo é diferente
E não aceita ser comum
Nos encontramos para poder compartilhar
Esta aventura de viver
Cada um no seu lugar
Mas sabendo que não está sozinho
Quando a noite chega
Sabemos que ela é só mais um dia
Com medo de amanhecer

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Minha músicas

Para serem eternas na memória todas as histórias de amores e desamores precisam ter alguns registros: cores, cheiros e sons. Minha memória seletiva (por opção), consegue (sob pressão) confundir as cores e ignorar os perfumes, só não consegue se livrar do som. Não esqueço uma voz nem para o amor nem para o ódio. E o pior desta sina é não conseguir ouvir uma trilha sonora de qualquer história do passado sem sentir de novo um pouquinho do que já senti. A música é uma máquina do tempo para o coração. E por culpa de alguns muitos desamores, meus discos guardam músicas das quais tenho medo.





Quando eu estiver por perto, não aperte o play para:

Vento no Litoral - Legião Urbana
Metal Contra as Nuvens - Legião Urbana
Pra Gente Passear - Papas da Língua
Por Quase Um Segundo - Cazuza
A Espera - Acústicos e Valvulados

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A lágrima morre no início do sorriso

Não, não é tristeza. Também não é indecisão. Não chega a ser vontade.
É só uma dose de carência misturada com saudade.
Uma breve necessidade de abandonar a razão, de suspirar sem culpa, de abraçar sem medo, de sonhar a vida.

Não é nada. É só o momento.
Amanhã eu volto a ser normal.
Hoje eu só quero ignorar as certezas e os motivos de um dia que já nem existe mais.
E assim acaba. Será?
Pois parece tarde demais para dormir
e cedo demais para acordar.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O som não vai embora...

Meu primeiro show foi aos 15 anos. A Larissa me levou para ver Titãs (acho que no Gigantinho). O problema, ou a solução, é que eram 3 ou 4 bandas e dentre elas estavam os Acústicos e Valvulados. E foi amor à prmeira vista. Ou melhor, à primeira escuta, já que eu não via muita coisa da distância em que estava com meus quase 2 graus de miopia.
Não vou contar toda história aqui. Precisaria de alguns dias para isso... Só citei o início porque foi embalada pelas incríveis histórias sonoras feitas em sua maioria pelo Paulo James (coisa estranha chamá-lo assim!) que descobri muito do meu mundo. Inclusive que ele é meu. Como diz a música que o próprio amigo sugeriu.

Adoro viajar. E adoro ir em shows. Nunca deixei de gostar disso. E no tempo em que eu ia sozinha onde eles estivessem, ia cantando...




O tempo passa, a vida muda. Algumas coisas ficam, outras vão, e voltam. Agora já tenho quem seja cúmplice das minhas indiadas. E já rolam algumas variações para quando os gurizes estiverem fazendo shows muito longe daqui. Mas só porque teve uma música para embalar a viagem também...





Agora vou embora, porque o ônibus sai cedo hoje!

Abraços!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O tempo

Você precisou parar para pensar
No momento em que eu nem pensava em parar
Foi difícil para mim.
Mas agora, passou.
Sinto informar que já não sinto nada
E se sobrou algo
Tornou-se um daqueles objetos que de tão bem guardados
a gente até pensa que perdeu.

Lamento.
Foi uma história linda.
Mas eu me amo demais
para me perder de novo no mesmo abraço
que um dia me faltou.

Ainda moro no mesmo lugar.
Mas agora estou em paz.
E não posso oferecer mais que um ombro amigo
para consolar a minha ausência em ti.




http://www.4shared.com/audio/4iUPR1ix/acusticosevalvulados-acusticos.htm

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Impessoal

Dormir.
Acordar.
Ir.

     O dia. A rua. O barulho. A chuva. O telefone, a hora, o amigo. A ideia. O sol, a nuvem. O recado: a dúvida.
     A tarde. O passado. A dor. O medo. A curiosidade. O ciúme. A história. O sentimento. A saudade. O momento. A espera. O consolo, a conversa. O caminho, a imaginação. O tempo.
     O chamado, a visita. O apartamento, a bebida, o rádio, as amigas, o cigarro (a solidão), o gelo (a depressão). O cd. A vontade. O sofá. A tristeza. O perfume, a esperança. O anel, a promessa. O sonho. A viagem. O nome. A mudança. O desejo. A novidade. O choro. A maquiagem. O disfarce. A cidade.
     A lua. O ano. A lembrança. O lugar. (A flor, o carro, a frase, o jeito, a desculpa, o defeito) A confiança. O pedido. A calçada. O bar. A porta. O segundo andar. A entrada. Os conhecidos. A janela. O descaso. A intriga. O outro. A intenção. O diálogo. A circunstância. O cuidado. A distância. O afago. A roupa. Os sapatos. A cadeira. O cansaço. A palavra. O assunto. A insegurança. O desvio. A busca. O equilíbrio. A música. Os estranhos. A vergonha. O imprevisto. As pessoas. O perigo. A despedida. O fim. A tentativa. O sim.
     O olhar. A boca. O beijo. A voz. O cheiro. A pele. O abraço. As mãos. O corpo. A noite. O sentido. A razão. O suor. A casa. Os móveis. A sala. O vento. A luz. O som. A sensação.

Voltar.
Dormir.
Acordar.






Do meu baú, texto feito em 11/02/2006. No meu melhor estilo impessoal de contar histórias pessoais.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sentimental

Infeliz hábito meu de sempre cultivar um pouco de amor por todo mundo que já amei. Não interessa por quanto tempo e nem de que jeito foi. Não interessa como foi e muito menos como deixou de ser. Eu conservo uma saudade, meio alegre, meio nostálgica, que me faz chorar sorrindo.

E o cara do outro lado do rádio, mesmo sem me ver há tanto tempo, continua escolhendo as músicas certas para mim...

Acho que eu ouviria cantar para mim a primeira que tocou...



("Peço que não me mate dentro de ti")




E acho que eu cantaria a segunda...



("Eu fico à vontade com a tua ausência, eu já me acostumei a esquecer")



Os velhos hábitos voltaram, mas não para a mesma pessoa.
Graças a Deus!

Já sou um animal sentimental com um pouco mais de maturidade e confiança.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Conclusões

É muito estranho dar um abraço vazio. Saber que o que era tudo tormou-se nada. Os amigos ficariam felizes em saber: provavelmente é o melhor para mim. É isso que todos buscam para terem serenidade, quebrar os vínculos afetivos que sobrevivem ao fim. Mas confesso que fiquei meio decepcionada com o meu recuperado e forte coração. Nenhuma tremidinha de perna por lembrar do passado, nenhum contrangimento no olhar, nenhuma palavra gaguejada, nada.

Observando isso, comecei a ver que era mais fácil do que eu imaginei. Um fim natural, eu diria. E agora me reconheço.




Minha felicidade solitária é tão profundamente verdadeira que me assusta.  E surpreende-me também que eu faça exatamente o que eu digo e o que sempre defendi, sem me abalar pelo momento.

Acho que nunca me senti tão completa, tão verdadeira como agora. Estou extremamente feliz vivendo comigo, sou a pessoa que sempre procurei. Desculpem-me os românticos (como eu), mas não sei cultivar tristeza por muito tempo. Não sou adepta do sofrimento. Choro tudo de uma vez só para poder logo começar a rir. Estar feliz é uma necessidade. A vida é boa - pelo menos a minha é!

Amo meus amigos, minha família, minhas festas, minhas manias. Amo minhas histórias malucas que demoro para acreditar que acontecem. Amo meus amores inventados. Às vezes, até penso que eles poderiam ser um sonho um pouco menos real. Mas desisto disso, porque a minha realidade precisa ser assim, inimaginável, quase impossível.

Gosto de ser amiga de ex-namorado e namorada de ex-amigo. Gosto de conhecer gente nova todo dia, de preservar os velhos amigos, de cultivar as antigas paixões. Gosto de coisas que muita gente gosta, mas eu preciso gostar muito, com o corpo inteiro. Não existe meio termo para o que eu sinto, amo ou odeio. Geralmente, amo.

Meu grande medo quando mais nova era não ter histórias para contar. Superei, porque tenho várias: muitas e boas. Histórias que podem ser contadas e cantadas. Pra viver e reviver a hora que eu quiser.

Não posso me culpar por ser feliz. Tudo dura o que deve durar. Aprendi com todos os acertos e com todas as bobagens que já fiz. Não me arrependo nunca de viver. Só quero aproveitar o melhor de mim em cada fase, com o mesmo lema de sempre: Carpe Diem!

E agradeço por todos que por mim passaram, porque só quando alguém nos faz chorar reconhecemos a importância de quem nos faz sorrir.


sexta-feira, 2 de julho de 2010

Verde e Amarelo

A Holanda me fez amar o Brasil. Ou fez apenas com que eu reconhecesse esse amor. Não adianta evitar, sou apaixonada por futebol e fanática por Copa do Mundo, essa é a verdade. E na hora do medo eu vejo o quanto me importo com a Seleção. Por mais que nós, gaúchos, sejamos naturalmente um pouco indiferentes ao Brasil, não tenho como não me abalar. E sendo bem bairrista, como também é de nossa natureza, só queria que a Seleção do primeiro tempo fosse o Inter, pra matar o jogo nos primeiros 20 minutos, com goleada de quem tem vantagem; e queria que a Seleção do segundo tempo fosse o Grêmio, pra fazer o impossível aos 45 minutos finais. Mas não deu! Eles não tiveram paixão nem raça. Posso estar equivocada, mas não vi amor na vantagem nem no desespero.

As ruas ainda estavam vazias quando saí de casa e a lentidão do ônibus parecia ser um cortejo fúnebre. Sou capaz de arriscar que nenhuma notícia me deixaria feliz naquele momento. Precisava destes momentos de tristeza e decepção. Não, o Brasil não precisa ganhar sempre, mas dessa vez precisava. Era um desejo dos torcedores, dos estudantes e profissionais de comunicação, das mídias esmagadas pela Globo e de todas as pessoas que conseguiram enxergar o que acontece com quem coloca esta emissora no seu devido lugar.

Mais do que a Seleção, o Dunga precisava ter ganho essa Copa. Ele merecia ter finalizado seu excelente trabalho como técnico com este título, com a taça erguida pelas mãos do competente e esforçado Lúcio.
Não ganhamos, não há o que fazer quanto à Copa. O que pode ser mantido, é o alerta sobre a manipulação e domínio da Rede Globo, sua atitude ofensiva de não aceitar ser apenas o que é: um veículo de imprensa como todos os outros. De repente, em 2014, conseguimos ser melhores no futebol, mas espero que o principal seja mantido, o profissionalismo e a seriedade de Dunga é um exemplo a ser seguido.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

(...)

Só preciso saber de onde posso tirar o tempo que preciso ter. E depois que encontrar todo esse tempo, achar mais coisas pra fazer.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Madrugada

Perco as horas de sono por aqui,
procurando sentimentos antigos
em poemas perdidos
nas páginas viradas
das agendas guardadas.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O Lado Bom

Agora que não preciso mais perder meu tempo
vivendo a tua vida,
ouvindo os teus discos
e lendo teus livros,
posso perder o tempo que eu quiser comigo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Liberdade Literária

Eu acreditei, durante muito tempo, que escrever devia ser verdadeiro. Aliás, acreditava que o que era escrito deveria ser verdade. Acho que eu realmente pensava é que toda a arte deve ter um fundo de verdade, deve narrar um fato ou uma história. Eu era estúpida pensando isso...

Por muitos anos perdi lindos textos. Abortava as futuras palavras porque elas não contavam, mesmo que de forma subliminar, alguma verdade. Eu queria fazer poesia como quem escreve um dicionário. Nunca poderia dar certo.

Agora vejo que eu estava apaixonada por escrever e namorei as palavras durante muito tempo. Idealizava que faria o melhor fazendo algo completamente sem sentido, procurando realidade para o que deveria ser completamente descompromissado. Meu romantismo era paranóico: eu não aceitava a ideia de ser possível escrever com emoção usando um teclado ao invés de papel e caneta. E precisava ser a mesma caneta. Tinha um caderno para cada tipo de intenção literária. Eu achava que precisava de uma inspiração quase sobrenatural para escrever qualquer coisa. E recusava-me a mudar uma vírgula da versão original. Levava tudo a sério demais, o que deveria ser terapia virava frustração.

Só hoje percebi, que depois de ter me desiludido deste relacionamento conturbado e de ter ficado um certo período separada das letras, consegui uma feliz reconciliação. Agora somos casadas, eu e estas que vocês podem ler.

Tenho que contar a todos que nossa união é linda, apesar de ter algumas peculiaridades. Por exemplo, casamos várias vezes por dia, nem todos os dias. E são diversos os que posso considerar como nossos padrinhos: Veríssimo (o pai mais que o filho), a professora de português da 7ª série, Paulo James, Lya Luft, Saint-Exupéry, alguns poemas de ônibus, Carpinejar, e a lista segue por muitas linhas... E não posso negar que são também padrinhos aqueles que me provocam qualquer espécie de sentimento, seja de deixar a perna bamba, seja de deixar cega de raiva.

O casamento me deixou mais calma e segura. Agora sei que o amor é mútuo, não tenho medo de mostrá-lo aos demais. Quem ama é calmo no sentimento, não precisa provar, não precisa ter motivos, precisa apenas sentir e cultivar. É o que faço aqui. Nenhum documento ou jóia me prende ao que escrevo. Mas é escrever que me prende à vida. É o amor que ninguém me tira, é o eterno enquanto dure, que dura o quanto eu necessitar.

Com a tranquilidade de quem conhece o seu par, agora falamos sobre todos os tipos de assuntos com intimidade. Contamos histórias, estórias: minhas, alheias ou de ninguém. Tudo é permitido. Sinto-me feliz por isso, tanto que já consigo dividir com o mundo o que escrevo, já que agora não tenho o compromisso de assumir cada palavra como algo que fiz ou que pensei. Pode ser apenas um sentimento sutil, que nem sei de onde vem.

Casei-me para me mostrar sem medo, para não ter obrigação de provar que amo; conquistei confiança e cumplicidade e já não me interessa o que podem pensar disso.



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Tenho defeitos: sou ciumenta. Não gosto que se apropriem dos frutos desse amor (sem avisar e citar a fonte!) As pessoas fazem isso comigo desde a escola. Eu fico imaginando essas criaturas insensíveis invadindo um consultório médico e dizendo: "Ô, doutor, eu tenho um conhecido com dor de garganta e outro com dor na coluna, o senhor me consegue as duas receitas mas não assina, eu quero assinar pra pensarem que eu sou o médico" Ah, pelo menos pediriam... Cada vez que via usarem as minhas palavras (e já aconteceu de me mandarem uma mensagem que eu tinha feito!), sentia uma grande vontade de responder: "Adorei o texto, mas se você não tem competência para fazê-lo, tenha dignidade para respeitar quem fez. Preserve os (meus) direitos. Assinado, a autora"
É uma estranha sensação entre a satisfação de ser admirado e a revolta de não ser reconhecido. Talvez o nome disso seja apenas vaidade. Talvez seja direitos autorais. Ainda não sei, mas aprenderei a lidar, com o tempo e a experiência que essa união me traz.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Presente


 
Eu não espiei em baixo daquele vestido sem saber o que estava fazendo. Eu não disse que era uma menina por palpite. O que acontecia, é que eu estava ansiosa por aquela chegada. Eu não lembro como as outras lembranças, eu lembro dos detalhes desse nascimento com uma felicidade difícil de explicar para os meus 4/5 anos. Eu sabia extamente quem estava vindo. Eu pensei no dia 11 de junho de 1991 pela primeira vez: esse é o meu melhor presente de aniversário. E tem sido por 19 anos até então.
 
 
Não há como não estremecer, chorar e amar falando disso. Ela veio com o nome que eu queria ter e que eu tinha dado para a minha boneca preferida. Até que ela veio ser a minha preferida. Deve ter sido uma criança mimada e enjoada. Deve ter sido uma adolescente brigona e revoltada. Eu não vi nada disso. Sempre estive com os olhos embargados pelo amor que sentia. Eu carregava no colo uma criança frágil e dava colo para uma mulher sensível. Eu queria poder ser pra ela tudo o que um dia quem me antecedeu foi pra mim. Eu não sei até que ponto consegui ser útil na história dela, não sei se muitas vezes não pequei pelo próprio sentimento.
 
 
 Muitas vezes me culpei, por achar que esse meu jeito muito cego de gostar me deixou negligente em certos momentos importantes, em que eu deveria ter sido mais exigente talvez. Eu tive uma irmã mais velha, mas acho que falhei um pouco em cumprir este papel. Eu preferi a melhor amiga. Eu achei que poderia ser mais forte, achei que poderia ensinar muitas coisas boas, mas me choquei com alguém muito diferente de mim no jeito de ser e muito igual no modo de sentir. Eu não estava preparada para ser responsável por alguém que eu amo tanto. Eu queria ser especial, mas me emocionei quando vi ela me citar as coisas que eu escrevia; eu queria ser modelo, mas não resisti quando ela cumpriu (mesmo que inconscientemente) a promessa de usar um vestido igual ao meu na festa de 15 anos. Eu nunca estive preparada. Eu ainda não estou, se estivesse, não teria tantas lágrimas insistindo em me atrapalhar a visão agora.
 
 
  Nós compartilhamos a mesma família, várias histórias, alguns amigos, uma certa quantia de planejamentos fracassados de festas e quase todos os bolos de aniversário. Eu não sei quantas vezes eu já me senti mãe-amiga-irmã-cúmplice dela, entre tantas outras sensações. Eu não quero e nem espero nada, absolutamente nada em troca do que eu sinto. A simples existência já me basta, há exatos 19 anos.
 
 
 
Eu acredito que só ofertamos o que fazemos para quem amamos. E isso é o que eu faço de melhor: escrever. Deinha, espero que aceites estas palavras como uma tentativa de expressar o que sinto por ti. Só tentativa, porque reduzir a palavras seria de fato impossível. Uma vez eu estava na praia e a Larissa saiu quando eu ainda estava dormindo. Ela veio me dar um beijo bem devagar pra eu não acordar. Mas eu vi, só que fingi continuar dormindo. Porque sei que não era pra me agradar ou me mostrar nada, era pelo simples fato de me amar. Nesse dia eu percebi como conseguimos sentir quando alguém gosta de nós. E fiquei mais tranquila com relação a ti, imaginando que também devias perceber o que eu sinto. Afinal, nós duas somos meio difíceis para demonstrações de afeto, acho que por sermos sensíveis demais. Mas este relato aqui, não é só para dizer que eu te amo, é para dizer ao mundo que eu te amo! E que tu é, e sempre vai ser, meu melhor presente de aniversário! Minha gêmea! TE AMO!!!
 
 

quinta-feira, 10 de junho de 2010

9 de junho

Amanhã é meu aniversário. 24 anos. Às vezes tenho mais, às vezes menos. Nunca acho que tenho exatamente a minha idade. Não sei bem do que sinto falta e nem o que eu queria estar fazendo nesse exato momento. Poderia dizer que tanta indecisão pessoal é culpa de ter nascido em junho, mas preciso confessar que na verdade eu não acredito em horóscopo.

Acho que eu sofro de DPA - Depressão Pré Aniversário. E acho que é um trauma de infância (que é de onde devem vir todos os traumas!) Lembro que eu realmente não sabia o que estava acontecendo na minha festa de 1º aninho, não sei se por falta de explicação ou de entendimento da minha parte. Foi exaustiva, eu cansei muito. Tanto que no 2º ano eu estava muito mal humorada no dia da festa. Fiquei segurando uma boneca o tempo todo, como ponto de fuga. Busquei no pequeno brinquedo uma companhia pra me salvar do constrangimento da ocasião. Talvez isso explique a minha aversão ao 'Parabéns'.

A primeira festa em que me diverti foi a dos meus 3 anos. Essa eu realmente gostei. Acho que foi das melhores que tive. Aos 4 outra experiência traumática: fiz xixi na calça. Aos 5: monotonia. Aos 6: flagra em baixo da mesa comendo negrinho. Nem eu sei porque fiz isso, mas neguei tanto que era eu na foto que até cheguei a duvidar. A festa dos 7 foi tão divertida quanto a dos 3. E a partir daí, quase todos os meus bolos foram divididos com a Deia, o que me dava certo alívio.

Eu acho que esse chega a ser um problema: minha memória é boa e minuciosa demais. Eu me sinto um pouco anormal por me lembrar do meu 1º e 2º aniversários. Há quem diga que lembrar do 3º já é estranho...
Lembrança demais nem sempre é tão bom assim. E nessa parte do ano em que tenho que trocar o número pra responder a idade, lembrança demais vira nostalgia.

Não é saudade, não é tristeza, não é alegria. É uma sensação de estar perdida no meu tempo sem saber se ele é meu. É parecido com ler todas as agendas e ver todas as fotos que temos. É saudade-medo-vontade, assim, como se formassem uma única coisa.

Sorte que amanhã já é quinta-feira e as quintas-feiras passam rápido. Porque vou confessar: no dia 10 de junho, minha maior agonia é o medo de não receber todos os 'Parabéns' que estou esperando; e a maior euforia é a alegria de receber os inesperados!


Feliz Aniversário pra mim!!!


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Saudade

Se tem uma coisa que eu não consigo me privar de gostar é de sentir saudades. Tenho fascínio por este estranho sentimento. Durante algum tempo achei que era errado fazer isso, que era o péssimo hábito de viver do passado. E eu tinha razão, porque eu não sabia sentir saudade, eu apensa cultuava o passado, como o admirador de um museu olhando para uma história que não é sua como se ela fosse indispensável para sua felicidade. Me obriguei a odiar a saudade do jeito mais verdadeiro possível, para conseguir viver. E sou obrigada a confessar, senti saudades da saudade.
Mas hoje me permito saudadear novamente. E até conjugar o sentimento. Transformo minha saudade em verbo, para que seja ação e não mais (nunca mais) um simples complemento abstrato. Ela não é mais substantivo, é substância. Não é o passado, é a experiência, é a certeza de que existiu felicidade.
Minha saudade não é triste, não teria sentido se fosse. Ela é alegre e vaidosa; tem som, cheiro e cor. Ela é presente sem medo do futuro. Ela é o meu estímulo: acordo todos os dias com vontade de aumentar e alimentar a minha saudade. Não me entenderiam os que só sabem sentir falta, que é triste, angustiante e não acrescenta nada. Falta pode-se sentir de coisas, não de momentos ou pessoas.
Não acredito que exista alguém que sinta saudades do que foi ruim, não depois de reconhecer que é. Então, a minha saudade me mostra tudo de bom que eu vivo. É bom relembrar, rir várias vezes pelo mesmo motivo, contar de muitas formas a mesma história, ser feliz por inúmeros momentos com uma só causa de felicidade.  Saudadear a vida inteira, os anos que passaram e os que estão por vir. Saudade do agora para fazer ser especial.

Saudade é a prova incontestável da felicidade.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Só para gremistas...

Eu lembro bem que o meu vizinho e melhor amigo na época, atravessou a rua com a bola na mão e camiseta azul, preta e branca, e me convidou pra jogar com ele. Eu sempre adorei as brincadeiras dos meninos! Mas ele me fez uma pergunta difícil: qual é o teu time?

Nossa, eu não sabia! Corri pra perguntar pro pai, que sabia de absolutamente tudo que eu precisava; afinal, onde já se viu uma pessoa de quase seis anos na cara não saber qual o seu time! Ele me respondeu com uma palavra só: Grêmio. Eu não questionei! Voltei correndo pra contar a novidade (fingindo não ser novidade, é claro) e começar a jogar com meu amigo que se considerava o Paulo Nunes, como se eu soubesse quem era esse.

Naquele dia comecei a me preocupar, porque queria continuar torcendo pelo Brasil quando jogasse. Mas consegui ir esclarecendo as minhas dúvidas e foi uma grande alegria quando o pai me disse que os dois nunca jogariam juntos...

Eu me fiz gremista numa fase de ouro do Tricolor. Era fácil chegar no colégio cantando vitória, lembro do Felipão nos dando várias alegrias. Digo que foi meu início da paixão pelo futebol em si.

Mas tem algo para se admitir, amor por um time não surge do nada, ele é desenvolvido. E temos uma peculiaridade no Grêmio. Gremista vê o amor concretizado na primeira derrota marcante do time. É perder que nos aflora o amor. É típico dos nossos opositores de vermelho ler isso e dizer: gremista gosta de perder! Mas não adianta dar explicações, porque só quem faz parte compreende o que se passa. Só quem veste a camisa tricolor consegue entender que estar “com o Grêmio onde o Grêmio estiver” é quase uma promessa no altar, daquelas onde se promete estar unidos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe. A grande diferença é que a convivência e os problemas que surgirem jamais irão diminuir ou apagar o nosso amor pelo Tricolor dos Pampas. Nosso 'pra sempre' existe, onde o Grêmio estiver...





quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Via Láctea

De repente, como não acontecia há muitos anos, senti vontade de ouvir Legião Urbana. E era uma música específica: A Via Láctea.

Essa música eu costumava ouvir com uma grande amiga. Alguém que eu amei como se tivesse nascido da mesma mãe que eu. Essa música ouvíamos juntas porque ela nos ligava, considerávamos que era o momento em que sentíamos a mesma coisa. E não estou dizendo isso porque conversamos e chegamos a esta conclusão. O que digo era subentendido, era dito no olhar, era sentido.

Conheci-a quando ainda nem sabia ler e o que escrevia ainda precisava ficar na minha imaginação. Passamos por fases complicadas juntas. E eu nunca tinha confiado tanto em alguém. Não acreditaria que estava enganada se não tivesse notado pessoalmente. E nunca me doeu tanto uma separação quanto aquela. Eram anos de intimidade e de uma amizade que eu acreditava ser a mais verdadeira do mundo. E doeu ver ela passar e fingir que não me via, doeu não dar feliz aniversário (ainda mais porque é exatamente um dia depois do meu), doeu saber que o sonho acabou.

Eu acredito muito que não existe decepção maior do que ver um vínculo de amizade se quebrar. Acho que estamos preparados para suportar um fim ou uma decepção com um(a) namorado(a) ou coisa que o valha, mas jamais imaginamos ser traídos por um amigo. Não conseguimos imaginar um motivo para uma amizade acabar.
O que me deixa tranqüila é saber que esta decepção não se acumula. Eu sempre disse para ela que se um dia não fôssemos mais amigas, seria por vontade nossa. E assim foi. E apesar de ter chorado muito por isso, não deixei de conseguir ser muito amiga de outras pessoas. Ao contrário, até foram fortalecidas outras amizades.

Mas há pessoas insubstituíveis. Aliás, para mim, todas as pessoas são insubstituíveis. Hoje, ouvindo essa música depois de mais ou menos uns 6 anos, parece-me que era bem provável que ela iria definir um pouco dessa estranha despedida. Eu nunca deixei de pensar com carinho e lembrar de tantos momentos nossos. Nossa ligação não era recente e nem se terminou assim. Por muitas noites eu ainda sonhei com ela e conversávamos; e por muitas acordei preocupada com os problemas que ela me dizia estar passando.

Várias vezes eu tentei, mas só hoje, depois de tantos anos, consegui falar sobre este assunto. Que surgiu na minha memória nos primeiros acordes da música. Não sei por que quis ouvir esta música agora, mas talvez fosse mesmo pra lembrar disso. Lembrar que as despedidas são sempre difíceis, mas elas também trazem novas situações muito especiais. E lembrar também que o melhor a se guardar de alguém são as boas lembranças deixadas. Sempre que gostamos de alguém e esse amor é verdadeiro, devemos nos permitir sentir saudade, mas que isso não se transforme em sofrimento.


"Não importa o quão destrutivas foram as tempestades do inverno, tudo voltará a florescer na próxima estação."

domingo, 25 de abril de 2010

Programa de Sábado

Fazer as unhas,
pintar os cabelos,
escolher a roupa,
combinar o sapato,
sair pra rua.

E, ansiosamente, esperar o inesperado.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fim...

Não posso dizer que o dia mais importante da minha vida tenha sido aquele em que te conheci, nem aquele em que te descobri. Tampouco poderia dizer que foi aquele em que tudo terminou. Se o dia mais importante dependesse da tua presença, seria ainda mais difícil pra mim. Como poderia continuar uma vida que precisou de outra pessoa para ser importante? Pareceriam mais insignificantes todos os meus anseios pessoais, nos quais tenho me agarrado de todas as formas para acreditar que continuar vale a pena.
 
Tu não podes me exigir ser o mais importante. Isso me faria nula. Tentei por muito tempo te ajudar a viver melhor a tua vida, erroneamente. Mas acabei com a sensação de estar brincando de bonecas - mesmo que consiga movê-las de lugar, sua inércia é absolutamente indiferente aos meus desejos. Não era minha intenção mudar ninguém; este é o meu jeito de amar. Ou talvez fosse um pedido desesperado para que tu também quisesses viver a minha vida. Não precisava de respostas, só de um pouco de atenção, de uma daquelas várias vezes que eu tanto questionava como foi teu dia, o que tinhas feito, se tinhas gostado. Queria estar um pouco do outro lado do divã. E tentei, juro que tentei, me convencer que querer isso era, sim, pedir muito e que tudo o que tu me oferecias era o máximo que podia e o que deveria me bastar.

Mas nesse momento, preciso confessar: já acabou para mim. Acabou porque não ganhei a flor, porque a música não tocou, porque o dia que poderia ser especial virou rotina. Tua presença me agrada. Ainda gosto do teu abraço. Não quero procurar consolo em outros. O que eu queria está contigo e já aprendi que não posso te culpar por não querer compartilhar. Mas não me peças para continuar tão importante assim. Eu estou só me acostumando com a ideia do fim pra nós dois. Porque para mim, já acabou.

sábado, 3 de abril de 2010

Inútil

Para não perder o ritmo de março, vou postar algo mais antigo. Do ano passado, que fiz pra demontrar o que outra pessoa estava sentindo. Ou pelo menos o que eu pensava que estava! Como a história quase se repete e eu gosto muito destas palavras, aí vai...


Inútil

Não lembro da tua voz, do teu olhar
nem do teu jeito dissimulado.
Não lembro mais de todas as
coisas que me encantavam.
Esqueci de todas as datas.
O tempo ajudou e
do que eu sentia,
lembro tão pouco,
que posso até dizer que não lembro de mais nada.

É verdade,
Tenho aqui guardadas lembranças de
algumas noites de choros incessantes.
Também carrego um pouco de medo
pelas decepções acumuladas.
Mas aprendi que mereço mais.
E te esquecer foi tão bom
Que até agradeceria
Se me lembrasse da tua cara.

terça-feira, 30 de março de 2010

Visceral

Há dias em que me permito estar a flor da pele, puramente emocional.
Estes dias costumam -parecer- durar semanas.
E eles me fazem ter vontade de jogar alguns outros dias e momentos no lixo, como se fosse possível, amassá-los e dispensá-los, como papel inútil.
Nestes dias nada me acalma, porque não me quero calma.
Me preciso intensa, única, visceral.
Estes são dias de sol e vento.
Dias em que as músicas que ouço devem ser gritadas, sentidas, íntimas.
São raros dias, em que sou só sentir.
São dias fortes e, principalmente, verdadeiros.
Dias em que ninguém nota a diferença aparente,
Mas eu percebo tudo,
Eu descubro o mundo.
Sinto a vida tão presente que chega a ser angustiante a sensação de não vivê-la por completo.

Estes são os meus dias de falar através dos olhos para os poucos que me decifram
E de ouvir as entrelinhas daqueles que muito falam.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Outono

O vento
arranca suavemente as
folhas das árvores
levando-as para longe
numa quase dança

Eu-árvore:
queria que as folhas fossem saudade
e o vento
esperança.

domingo, 21 de março de 2010

16

Desde a tua ida
não tirei nada do lugar.
As fotos, as roupas o teu travesseiro:
todos os objetos compartilhando comigo
a ilusão de ver voltar.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Domingo

Pedindo licença aos amigos, vou ter que fazer uso desta nova música dos Acústicos & Valvulados para definir este dia. Não consigo pensar em palavras melhores, outra vez...


Goodbye, goodbye

"Tudo em paz, voltei ao início
Pra inventar
Meu novo caminho
A gente já foi tão longe, eu sei
Do céu ao inferno e mais além

Goodbye, goodbye,
Até nunca mais
Ficar por ficar, não faz mais sentido...


Vou sair, num dia perfeito
Vou sonhar, viver mais a vida
A gente já foi tão longe, eu sei
Do céu ao inferno e mais além

Goodbye, goodbye,
Até nunca mais
Ficar por ficar, não faz mais sentido...


A gente já foi feliz, eu sei...
A gente já foi mais forte, eu sei...
A gente quer sempre mais e mais,
Desculpe, eu não vou ficar...


Goodbye, goodbye,
Até nunca mais
Ficar por ficar, não serve...


Goodbye, goodbye,
Até nunca mais
Ficar por ficar, não faz mais sentido...
Não serve...
não faz mais sentido...
Não serve...

Tudo em paz, voltei ao início
Pra inventar
Meu novo caminho..."