sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Fotografia

Tem uma foto que me dói. Ela não foi revelada; não foi impressa; nem publicada. Não foi levada ao conhecimento do público nem escondida na gaveta. Ela está oculta, está presa na frente da objetiva que nunca se abriu para fazê-la. Seria uma bela foto, mas ficou ali sem existir, escondida atrás de uma muralha de sentimentos confusos que ofuscaram a câmera.
Um momento que não se permitiu registro.

Não há provas, é apenas um relato que qualquer dia pode passar desapercebido na memória e virar mais um ato cotidiano esquecido. Com tantas imagens na volta, quem irá querer guardar uma que nem existiu? Pode ter sido apenas imaginação - nada mais.

Até tem sua lógica, mas mesmo sem chegar a ser ela de alguma forma ficou gravada. Ela existe na memória das testemunhas, precisa permanecer aí, ou simplesmente se desmanchará no tempo. Manterei a minha parte, porque não é a foto que me dói, mas cogitar a inexistência dela.






23/08/2013

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